sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

"Música" o remédio para o "Espírito".



Afirmava Platão, que revelava especial admiração pelo estudo dos efeitos da música sobre os seres humanos e, em particular, por seus efeitos terapêuticos:
“(...) As almas, por meio da música, adquirem harmonia e ritmo e até mesmo propensão à justiça; pois poderá aquele que é harmoniosamente constituído ser injusto?(...)”
“(...) A música modela o caráter, contribuindo assim para o bom êxito social e político. Não só é valiosa por apurar o sentimento e o caráter, senão também porque conserva e restabelece a saúde. (...)”.
Essas palavras de Platão, por volta de 399 a.C., nos fazem pensar nos dias de hoje. Será que aproveitamos os eventos e os conhecimentos que nos são deixados? Será que, realmente, estamos buscando um crescimento espiritual? Por que será que a música, que qualifica aalma, não toca nos rádios e nos meios de comunicação de massa? Como a música tem feito parte de nossas vidas, individual e coletivamente?
Pensando sobre isso, vamos estudar um pouco. Como a música influencia na emoção e no desenvolvimento do ser humano?
O homem antigo conhecia a influência dos sons em seus seres. O medo dos trovões, a calma da chuva fina, a alegria e curiosidade provocadas pelos cantos dos pássaros são sons da natureza que nos influenciam diretamente, desde os primórdios da humanidade. Mais próximo à natureza, o homem antigo respeitava os sentimentos que vinham desses sons, assimilando-os em seu comportamento.
No Egito, foi descoberto um papiro de 4500 anos que revela a aplicação de um sistema de sons e músicas, instrumentais ou vocais, para o tratamento de problemas emocionais e espirituais. Esse sistema inclui também algumas doenças físicas.
Os gregos antigos desenvolveram um sistema bem organizado de musicoterapia, baseado na influência de certos sons, ritmos e melodias sobre o psiquismo e o somatismo do ser humano.
Em todas as culturas antigas, tais como egípcia, persa, grega, indiana, chinesa, japonesa e outras, existem importantes referências sobre terapia musical. É a música fazendo parte do dia-a-dia do homem com um direcionamento para a melhoria emocional e psíquica.
Vamos pensar: a música influencia o homem, é verdade, mas de onde vem a música?
É uma criação humana? Existe na natureza?
Recorrendo ao estudo espírita, encontramos um comentário do compositor Rossini passado a Kardec, na época da codificação.
Rossini fala sobre a harmonia e a define como:
“(...) resultante de um arranjo musical; um sentido íntimo da alma e que é percebida em razão do desenvolvimento desse sentido íntimo da alma. (...)“
E ainda nos oferece esse pensamento:
“(...) o espírito produz os sons que quer. Aquele que compreende muito, que tem nele a harmonia já conquistada, age sobre o fluído universal e reproduz o que o espírito concebe, sente e quer (...)”
Disse ainda: “A música é o médium da harmonia”.
Com essa informação, aprofundamos mais nosso conhecimento e vimos que a música está dentro de nós, em nosso espírito e exala aquilo que somos, que queremos e que escolhemos.
Assim, nos harmonizamos com os sons e com as músicas que se afinam conosco, e propagamos os sons e as melodias que se expandem do nosso espírito. Se, em plano espiritual, é possível agir sobre o fluido universal e reproduzir o sentimento musicalmente, em plano terreno, é possível agir sobre um instrumento ou sobre nossa voz, que nos servem para expandir os sons que queremos e sentimos.
Fazemos da expressão musical a expansão de nossos sentimentos, emoções e estados psíquicos. Influenciamos e somos influenciados em nosso plano e pelo plano espiritual, numa troca constante e evolutiva, sempre crescente.
A música, que sintonizamos, nos serve como forma de tratamento, trazendo efeitos relaxantes (Sonhos de Amor, de Liszt; Lago dos Cisnes, de Tchaikovski); efeitos de tranqüilidade profunda (Ave Maria, de Schubert, Gounod); efeitos tonificantes (Abertura da Aída, de Verdi); efeito de exaltação e estimulação (Serenata, de Toselli; Adágio, de Albinoni), de acordo com o Centro de Pesquisas e Aplicações Psicomusicais da França.
Trabalhando, terapeuticamente, com adolescentes de uma comunidade de baixa renda, num primeiro momento, colocamos música funk e pedimos que, deitados e relaxados, fizessem contato com a sensação de si mesmos. Depois, num segundo momento, colocamos “Adágio” de Yanni e fizemos o mesmo pedido; o resultado da observação deles foi que se sentiam muito melhor com a música de Yanni. A partir dessa experiência, começaram a usar esse tipo de música em suas casas. Mesmo que não tenham deixado de dançar eouvir o funk, já melhoraram sua sensibilidade e conectaram uma sintonia mais elevada.
Quem freqüenta as reuniões doutrinárias realizadas pelo mentor espiritual do GCE – Grupo de Comunicação Espiritual, tem oportunidade de observar o efeito terapêutico que nos traz a música de qualidade.
Nessas reuniões, temos experimentado a música como tratamento, e, com certeza, sabemos descrever, como entramos e como saímos dessas reuniões. As vibrações do ambiente, que nos tocam e nos harmonizam, têm ajudado ao reconhecimento de nós mesmos e à busca de uma evolução maior.
Portanto, busquemos a música, que nos toca sensivelmente e nos eleva para além de nós mesmos, e estaremos numa conexão mais ampla e elevada, para que ajudemos o nosso movimento evolutivo.

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